Fran Paxeco segundo Humberto de Campos
Rogel Samuel
Manuel Fran Paxeco (nascido Manuel Francisco Pacheco), mais conhecido
como Fran Paxeco (Setúbal, 9 de Março de 1874 — Lisboa, 17 de
Setembro de 1952)
foi um jornalista,
escritor
e diplomata
português.
Era muito famoso
quando eu era menino.
Conta Humberto de
Campos, nas suas “Memórias inacabadas”, que:
“Fran Paxeco, escritor português, discípulo e devoto de
Teófilo Braga, chegara ao Maranhão, procedente de Manaus, onde o seu temperamento
combativo lhe havia criado grandes e aborrecidas incompatibilidades. Idólatra
do seu mestre, saíra a defendê-lo de Sílvio Romero, que o acusara de gravíssima
desonestidade literária. João Barreto de Menezes, filho de Tobias Barreto,
surgiu em defesa de Sílvio. Fran Paxeco volta à imprensa, investindo contra
Tobias. E o resultado foi um pugilato em uma das praças públicas da capital
amazonense, a partida de Fran Paxeco para o Sul, e a perfídia de João Barreto
de Menezes, que, segundo se tornou corrente em todo o Norte, fazendo uma alusão
espirituosa à transformação do nome de Francisco Pacheco em Fran Paxeco, mandou
gravar no castão da sua bengala a seguinte legenda comemorativa: “Esta bengala,
no dia tanto de tal, tirou, em Manaus, o cisco das costas de um galego
insolente.”
“Aportando ao Maranhão, Fran Paxeco viveu aí como na sua
terra. São Luís era, aliás, por esse tempo, uma cidade portuguesa, e em que
dominava, ainda, o reinol. O diretor de uma das folhas mais vibrantes da cidade
era o português Manuel de Bittencourt. À frente do diário que defendia o
Governo estadual, estava o português Carvalho Branco, a que o Partido oficial,
reconhecido pelos serviços relevantíssimos que ele lhe prestara nos trabalhos
de alistamento eleitoral, havia dado, numa recompensa expressiva, o privilégio
para fabricar caixões de defunto. O comércio era, quase todo, português. De
modo que, estabelecendo-se na capital maranhense, Fran Paxeco se sentia tão à
vontade como se tivesse desembarcado no Porto ou em Lisboa. As vantagens que
ele trazia, com a sua vivacidade e com o seu entusiasmo, justificavam, aliás, a
cordialidade do acolhimento. Habituado a olhar o português como gente de casa,
a mocidade maranhense, que saía do Liceu, e se iniciava nos cursos superiores
fora do Estado, saudou Fran Paxeco à chegada, e proclamou-o um dos seus guias e
mestres. E o hóspede se identificou de tal maneira com ela, que olvidou a sua
condição de estrangeiro, e passou a participar da atividade social da terra
generosa com uma solicitude bárbara, mas que era, em tudo, de uma sinceridade
intensa e profunda. Miúdo e barbado, era, todo ele, nervos e cérebro. Mais
tarde, tirou as barbas. Mas conservou inalteráveis o temperamento, o espírito e
o coração, até o dia em que Portugal o removeu para Cardiff, como vice-cônsul,
isto é, em um posto equivalente ao que o Brasil dera, ali, anos antes, a
Aluísio Azevedo”.
Hoje, existe uma rua com seu nome em São Luís, no Maranhão.
4 comentários:
Rogel!
Adoro Aluí9sio de Azevedo, Humberto de Campos, creio que já gosto desse Fran Paxeco.
Beijos
Mirze
foi famosíssimo quando era era menino... cheguei a escrever sobre ele na minha juventude
Olá boa noite,
Fico muito feliz por encontrar alguém que goste de Fran Paxeco.
A foto que está no texto, onde a obteve? Está muito nítida.
Escrevo de Portugal.
Rosa Machado
Olá boa noite,
Fico muito feliz por encontrar alguém que goste de Fran Paxeco.
A foto que está no texto, onde a obteve? Está muito nítida.
Escrevo de Portugal.
Rosa Machado
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