domingo, 20 de novembro de 2011

Fran Paxeco segundo Humberto de Campos

Fran Paxeco segundo Humberto de Campos

Rogel Samuel


Manuel Fran Paxeco (nascido Manuel Francisco Pacheco),  mais conhecido como Fran Paxeco (Setúbal, 9 de Março de 1874Lisboa, 17 de Setembro de 1952) foi um jornalista, escritor e diplomata português.
Era muito famoso quando eu era menino.

Conta Humberto de Campos, nas suas “Memórias inacabadas”, que:
“Fran Paxeco, escritor português, discípulo e devoto de Teófilo Braga, chegara ao Maranhão, procedente de Manaus, onde o seu temperamen­to combativo lhe havia criado grandes e aborrecidas incompatibilidades. Idólatra do seu mestre, saíra a defendê-lo de Sílvio Romero, que o acusara de gravíssima desonestidade literária. João Barreto de Menezes, filho de Tobias Barreto, surgiu em defesa de Sílvio. Fran Paxeco volta à imprensa, investindo contra Tobias. E o resultado foi um pugilato em uma das praças públicas da capital amazonense, a partida de Fran Paxeco para o Sul, e a perfídia de João Barreto de Menezes, que, segundo se tornou corrente em todo o Norte, fazendo uma alusão espirituosa à transformação do nome de Francisco Pacheco em Fran Paxeco, mandou gravar no castão da sua bengala a seguinte legenda comemorativa: “Esta bengala, no dia tanto de tal, tirou, em Manaus, o cisco das costas de um galego insolente.”
“Aportando ao Maranhão, Fran Paxeco viveu aí como na sua terra. São Luís era, aliás, por esse tempo, uma cidade portuguesa, e em que dominava, ainda, o reinol. O diretor de uma das folhas mais vibrantes da cidade era o português Manuel de Bittencourt. À frente do diário que defendia o Governo estadual, estava o português Carvalho Branco, a que o Partido oficial, reconhecido pelos serviços relevantíssimos que ele lhe prestara nos trabalhos de alistamento eleitoral, havia dado, numa recompensa expressiva, o privilégio para fabricar caixões de defunto. O comércio era, quase todo, português. De modo que, estabelecendo-se na capital maranhense, Fran Paxeco se sentia tão à vontade como se tivesse desembarcado no Porto ou em Lisboa. As vantagens que ele trazia, com a sua vivacidade e com o seu entusiasmo, justificavam, aliás, a cordialidade do acolhimento. Habituado a olhar o português como gente de casa, a mocidade maranhense, que saía do Liceu, e se iniciava nos cursos superiores fora do Estado, saudou Fran Paxeco à chegada, e proclamou-o um dos seus guias e mestres. E o hóspede se identificou de tal maneira com ela, que olvidou a sua condição de estrangeiro, e passou a participar da atividade social da terra generosa com uma solicitude bárbara, mas que era, em tudo, de uma sinceridade intensa e profunda. Miúdo e barbado, era, todo ele, nervos e cérebro. Mais tarde, tirou as barbas. Mas conservou inalteráveis o temperamento, o espírito e o coração, até o dia em que Portugal o removeu para Cardiff, como vice-cônsul, isto é, em um posto equivalente ao que o Brasil dera, ali, anos antes, a Aluísio Azevedo”.

Hoje, existe uma rua com seu nome em São Luís, no Maranhão.

4 comentários:

Unknown disse...

Rogel!

Adoro Aluí9sio de Azevedo, Humberto de Campos, creio que já gosto desse Fran Paxeco.

Beijos

Mirze

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

foi famosíssimo quando era era menino... cheguei a escrever sobre ele na minha juventude

Rosa Machado disse...

Olá boa noite,

Fico muito feliz por encontrar alguém que goste de Fran Paxeco.

A foto que está no texto, onde a obteve? Está muito nítida.

Escrevo de Portugal.

Rosa Machado

Rosa Machado disse...

Olá boa noite,

Fico muito feliz por encontrar alguém que goste de Fran Paxeco.

A foto que está no texto, onde a obteve? Está muito nítida.

Escrevo de Portugal.

Rosa Machado