sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um diamante cheio de leitores

















Um diamante cheio de leitores


Rogel Samuel



O meu "Diamante azul" teve milhares de leitores no site do "ENTRE-TEXTOS" e foi uma jóia rara no meu escrever.

Talvez pelo valor imensurável da pedra (do tamanho de uma grande caixa de fósforo, talvez), talvez pela raridade da cor (o azul do mar, o diamante recolheu e concentrou toda cor do mar, deixando-o incolor), talvez pelo texto da "Caçadora de diamantes", talvez...

O certo é que os diamantes são irresistíveis tentações do olhar e do ler.


Como eu gostaria que esse diamante azul fosse eternamente lembrado!


Escreveu Dogen:

Não siga as idéias dos outros
mas aprenda a ouvir a voz interior de si mesmo.
Seu corpo e mente ficarão claros
e você compreenderá a unidade de todas as coisas.

É o poema da liberdade. Do silêncio. Da voz do silêncio. Não seguir ninguém, saber ouvir o instinto, o impulso, o saber sem nome, o nada. Mas a voz interna só fala quando tudo cala, tudo se esvazia. É difícil deixar de seguir. Mas é possível. Como? Mas como?
A arte de ouvir o silêncio é a "espera". Esperar que as montanhas interiores falem, que o oceano de nosso íntimo se manifeste, diga-nos o que fazer, para onde ir, que decisão tomar. Saber esperar a manifestação do rumo, a movimentação da própria estrada, a abertura da porta por onde entrar, a auto-construção espontânea da ponte por onde passar de uma ação para outra.
O zen, ao contrário do que se pensa, não é inação. Mas é o saber usar a força invisível, a sabedoria inaudível, louca e pessoal.

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