quinta-feira, 14 de junho de 2012

VORAGEM

Voragem

JORGE TUFIC



Rostos que nunca vi, jacintos murchos
cujas sonatas frias me tocaram,
estes rostos não quero: eles são breves
no desfile das pálpebras cerradas.
Penso naqueles outros, familiares
rostos de toda a vida. Cataventos
da rua ainda sem nome, alagadiço
porão da infância, arpejos e trigais,
dai-me a ver novamente ou mesmo em sonho,
estes semblantes nunca repetidos,
graves alguns, mas todos inseridos
na memória dos dias voluntários.
Cemitério, talvez, dessas lembranças,
todas, em mim, são rosas e crianças.

2 comentários:

Unknown disse...

Belíssimo poema. Jorge Tiffic ...fenomenal.

Beijos

Mirze

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

também acho, amiga