terça-feira, 17 de julho de 2012

Seleção brasileira de futebol chega em silêncio a Londres

Seleção brasileira de futebol chega em silêncio a Londres

Jogadores não dão entrevista e decepcionam torcedores em busca de autógrafos

Neymar foi o mais assediado entre os jogadores da seleção Foto: AFP
Neymar foi o mais assediado entre os jogadores da seleção AFP

LONDRES - Depois da confusa chegada do nadador Cesar Cielo na véspera, o desembarque da seleção masculina de futebol em Londres também foi marcado pela desorganização. Embora o aeroporto de Heathrow tivesse organizado a chegada com crachá para os jornalistas e zona mista, o time de Mano Menezes passou direto pelo local sem dar entrevistas e frustrando os torcedores brasileiros que marcaram presença em busca de autógrafos e fotos com os ídolos.
- É uma decepção para mim que fiquei três horas esperando. É um misto de alegria e decepção. Alegria por vê-los passarem e decepção porque eles passaram direto - disse o estudante Luís, Saad, de 22 anos, torcedor do São Paulo e que queria um autógrafo de Lucas e Bruno Uvini.
Antes, o lateral Rafael, do Manchester United, esclareceu que o time não falaria por ordem de Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O meia Ganso, do Santos, disse a mesma coisa. Alguns jogadores, porém, driblaram a ordem e disseram algumas poucas palavras a caminho do ônibus que levou a equipe para Saint Albans, a 50km do aeroporto.
- Estou contente por ter chegado em Londres, mas é importante ter os pés no chão. Nós somos uma geração muito promissora, mas não podemos nos deixar levar pela euforia - disse o meia Lucas, do São Paulo.
Neymar foi o jogador mais assediado pelos jotnalistas. Andando para o ônibus da seleção de cabeça baixa e com um fone no ouvido, o jogador do Santos apenas disse:
- Estou muito feliz por representar o Brasil.
Questionado sobre o motivo pelo qual os jogadores não podiam falar, o administrador da seleção, Guilherme Ribeiro, disse que “não tinha a menor condição de falar aqui” (no aeroporto). Mas o aeroporto estava organizado para a chegada do time. O técnico Mano Menezes também não falou com a imprensa. Ele entrou direto no ônibus e entrou direto no ônibus que seguiu para a concentração.
Judocas e Fabiana Beltrame também chegam
Ao contrário da seleção, os judocas que chegaram em Londres pararam para falar com a imprensa. Campeão mundial em 2007, Luciano Corrêa está na sua segunda Olimpíada e espera ter um resultado melhor do que em Pequim, quando não foi bem e saiu sem ganhar nenhuma medalha.
- Aquilo foi um aprendizado. Agora estou confiante. Fiz uma boa preparação - disse Correa, que foi com os outros atletas para Sheffield.
Perguntado se queria encontrar com algum atleta na Vila Olímpica, o judoca disse:
- Quero encontrar a minha namorada (a nadadora Joanna Maranhão). Não poderei ver a prova dela (400m medley), no dia 28, pois estarei em Sheffield, mas quando eu lutar ela estará livre para me ver.
Os judocas ficarão concentrados em Sheffield e só saem para a Vila Olímpica dois dias antes de lutarem em suas categorias. Vice-campeã mundial, Mayra Aguiar estava tranquila. A judoca de 20 anos está em sua segunda Olimpíada e disse que espera não ser a primeira medalhista de ouro da história do judô feminino.
- Tomara que eu não seja a primeira medalhista. Estou torcendo para que as outras meninas ganhem antes de mim - disse Mayra, que brincou com a situação dos jogadores de futebol em relação aos atletas do judô. Enquanto o time de Mano foi de classe executiva, os judocas viajaram de classe econômica.
- Vim lá atrás no fundão. Os patos e gansos vieram tudo na executiva - brincou. - Mas eu fiz uma boa viagem. Vi um filme, dormi bem e descansei.
Já a remadora Fabiana Beltrame está confiante para os Jogos. Ela foi campeã mundial no single skiff peso leve, mas esta prova não está no programa olímpico. Em Londres, ela vai remar no double skiff com Luana Bartholo, e diz que o primeiro objetivo é uma vaga na final B.
- Nosso primeiro objeteivo é nos classificarmos entre as 12 para a final B. Depois disso, tudo o que vier é lucro - disse Fabiana, que está em sua terceiro olímpiada enquanto será uma estreia para Luana.
- É uma experiência diferente. Estou bastante calma e sabendo o que tenho que fazer. O que pesa um pouco para a gente é a experiência do barco. Será uma boa experiência para a Luana, que é jovem e tem muito a crescer.

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