domingo, 3 de janeiro de 2010

POR ALGUNS ÍNTIMOS CAMINHOS










POR ALGUNS ÍNTIMOS CAMINHOS

uma outra noite se levantará na noite
e por alguns íntimos caminhos
chegaremos à divindade dos cisnes

por um ínfimo caminho
chegaremos às suas asas de violinos
um território levíssimo
de hífens e de arminho

chegaremos um dia
pelos cisnes


à modalidade da Flauta e dos Sinos


pág. 43


Alexandra Kräft (Maria Azenha)


Ela, Alexandra Kräft, caminha, para o fim do mundo, para o fim do caminho, para o caminho mais íntimo, o caminho dos cisnes, no meio da noite sobre a noite, no meio da escuridão da mais terrível noite, para a divindade dos cisnes e de seus arminhos brancos, para suas asas de violinos finos, caminha, por um ínfimo caminho caminha, no território levíssimo dos seus hífens e de seus nadas, de seus sombrios íntimos, para chegar um dia desses aos cisnes, às flautas, aos sinos, à intimidade erótica das flautas mágicas e dos sinos. (Rogel Samuel)


2 comentários:

Memória transparente disse...

Adoro a poesia Alexandra Kräft um dos heterónimos de Maria Azenha.
Um poesia do futuro, uma espécie de adivinhação e de levitação que acontece na leitura.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

concordo em tudo, minha amiga concordo sim