Vozes que ouvi no passado
Rogel Samuel
Vozes que ouvi no passado
falando-me desse tema
repassam-me tais coisas
desse teor e lema
o perdido no passado
sem pátria nem destino
sem o breve e o lento
momentâneo acontecer...
passantes falantes viventes
foram essas vozes passadas
o refazer da imagem:
de onde vens e para quê?
e por que levantar o depósito
do que mantido deveria ser
por que ouvir de novo, porquê?
Cuidado, oh cuidado!
De que maldito arquivo
tais falas me fazem ser?
Por que não me deixas no alívio
daquelas cenas esquecidas
para que servem essas vistas
e aquelas tristes visitas
as sedas que vestem o corpo
morto, e as ressecadas toalhas
os castiçais tão deveras
os mortos rostos rever
oh vozes que ouvi no passado
que me entristecem apenas
com esmaecidas cenas
relâmpagos do que já foi
isso não tem mais valor
que não seja fazer crer
de que tudo valeu a pena
mas meu Deus tanta gente
por essa cena passou
tanta gente morreu
quanta, quantos mortos quantos
no esquecido cimento
da pele fria, mas quantos
de repente me vejo os mortos
em seu pálido desfilar
e os que ainda vivos
que pressinto seu passar
oh vozes, oh visões da verdade
que desse presente passado
não me deixam esquivar
que tamanha crueldade
fazem comigo então
não me deixando esquecer
que de tortura aparecem
falando-me internamente
repassando tais cenas
de que estou afastado
Rogel Samuel
Vozes que ouvi no passado
falando-me desse tema
repassam-me tais coisas
desse teor e lema
o perdido no passado
sem pátria nem destino
sem o breve e o lento
momentâneo acontecer...
passantes falantes viventes
foram essas vozes passadas
o refazer da imagem:
de onde vens e para quê?
e por que levantar o depósito
do que mantido deveria ser
por que ouvir de novo, porquê?
Cuidado, oh cuidado!
De que maldito arquivo
tais falas me fazem ser?
Por que não me deixas no alívio
daquelas cenas esquecidas
para que servem essas vistas
e aquelas tristes visitas
as sedas que vestem o corpo
morto, e as ressecadas toalhas
os castiçais tão deveras
os mortos rostos rever
oh vozes que ouvi no passado
que me entristecem apenas
com esmaecidas cenas
relâmpagos do que já foi
isso não tem mais valor
que não seja fazer crer
de que tudo valeu a pena
mas meu Deus tanta gente
por essa cena passou
tanta gente morreu
quanta, quantos mortos quantos
no esquecido cimento
da pele fria, mas quantos
de repente me vejo os mortos
em seu pálido desfilar
e os que ainda vivos
que pressinto seu passar
oh vozes, oh visões da verdade
que desse presente passado
não me deixam esquivar
que tamanha crueldade
fazem comigo então
não me deixando esquecer
que de tortura aparecem
falando-me internamente
repassando tais cenas
de que estou afastado
2 comentários:
Ah, como essas cenas "passantes falantes viventes" o fazem mais poeta, meu caro Rogel. Gente, cenas, vozes, cheiros, toques saborosos da memória.
OBRIGADÍSSIMO, AMIGO
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