terça-feira, 25 de outubro de 2011

Faltam tendas, comida e aquecimento para os sobreviventes do sismo na Turquia

Milhares de pessoas passaram a segunda noite ao relento, depois do sismo de 7,2 que atingiu no domingo a província oriental turca de Van. Os sobreviventes queixam-se que falta comida, tendas e aquecimento nas noites geladas.
“Enviaram 25 tendas para 150 casas. Todos estão à espera na rua. Temos crianças pequenas, ficámos sem nada”, lamentou-se Ahmet Arikes, 60 anos, morador em Amik, nos arredores de Van, cidade reduzida a escombros.

Até agora, o Crescente Vermelho turco distribuiu 13 mil tendas e prepara-se para dar abrigo temporário a 40 mil pessoas. No entanto, a agência tem sido criticada por não conseguir garantir tendas para todos, especialmente nas zonas mais atingidas.

Imagens de televisão mostram homens desesperados a retirar tendas de um camião do Crescente Vermelho. “Não acho que o Crescente Vermelho tenha conseguido distribuir abrigos como seria suposto. Existe um problema a esse nível”, comentou Huseyin Celik, do partido AK, à CNN. “Peço desculpas ao nosso povo.”

Momentos depois, o Crescente Vermelho turco anunciou que hoje vai distribuir mais 12 mil tendas em Van. E ficou a promessa de Besir Atalay, vice-primeiro-ministro responsável pelas operações em Van: “De hoje em diante nada faltará ao nosso povo”.

Réplicas do sismo mais forte que a Turquia conheceu desde 1999 continuam a fazer-se sentir na região, causando o pânico nas ruas, com as pessoas a correr para locais abertos e evitar edifícios que possam ruir.

Milhares de pessoas passaram a noite ao relento junto de pequenas fogueiras ou dentro de carros. Para hoje é esperada a queda de neve. Até ao final do dia de ontem, o balanço oficial do sismo subiu para 279 mortos. Muitas centenas de pessoas continuam desaparecidas. As operações de resgate estão concentradas em Ercis, cidade de 100 mil habitantes e a mais abalada pelo tremor de terra.

À medida que as horas passam, a esperança de encontrar sobreviventes é cada vez menor. “A esperança é agora bem pequena”, admitiu à agência AFP Emrah Erbek, um dos voluntários de 23 anos que ajuda nas operações. “Trabalhámos sem parar há já 48 horas”, disse, com as suas roupas cobertas de pó.

Nenhum comentário: