quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Jalna Gordiano



Jalna Gordiano

O fim está próximo*
Quantas vezes pensei
em me afundar na terra
E nunca mais voltar por tanta vergonha,
Mas tenho a alma de um pugilista em fim de carreira.
Ele me obriga a cerrar os punhos, fazer cara feia
E gritar o primitivo;
Voltar à luta.
Minha vida decresce em tons ascendentes
Descrentes...
Sou feito à lua e mudo rapidamente em fases;
Sou o deus sol
Aprendi a lentamente mostrar minha divisão em estações.
Quando meu rosto está no chão,
Eles vêm e pisam minha cara;
Escondo o riso.
Quem me julga,
Tem os discursos mais incisivos...
São mais drogados,
Traíras,
Sujos da pior bosta
Que só a infelicidade, vazio
E falta de comoção produzem.
Quem me julga,
Usa as máscaras mais ridículas
E inverossímeis nas almas,
Tristes palhaços de sim mesmos.
Sou eterna e tenho medo do fim.
Sinto muitas dores e medos evidentes,
Bares e igrejas sempre existirão.
O que me permite tanta liberdade
É minha inconstância.
Preciso somente ser
Um pouco mais de paciência:

[do livro ASMA dentre outros prazeres, a dor
de Jalna Gordiano, copiado de
http://blogdoalienista.blogspot.com/]

3 comentários:

José Ribamar Mitoso de Souza disse...

Rogel, a Jalna é uma poeta (poetisa todo mundo pisa ) que traduz sofisticação e combate! É do movimento da Revista Sirrose - pós tudo!

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

muito boa a sua poesia!

Márcio Santana disse...

Salve! feliz em saber que a poetinha está sendo lida e bem divulgada. Seus poemas sào de fato fortes e relevantes como seu caráter e sua força criativa.
Abraços, Rogel.