O ORGULHO DE ALENCAR
POR
HUMBERTO DE CAMPOS
(Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 109)
O
Imperador Pedro II não tinha grandes simpatias pessoais por José de Alencar.
Porque este o houvesse ferido por mais de uma vez pela imprensa, ou porque lhe
fizesse mal o amor-próprio, ou melhor, o orgulho do escritor, foi o soberano
contrário, desde o princípio, à candidatura do seu ministro da Justiça à cadeira
de senador pelo Ceará. No dia em que este lhe foi comunicar que era candidato, o
monarca objetou-lhe:
- No seu caso, não me apresentava agora: o senhor é
muito moço...
Alencar, num daqueles repentes que lhe eram habituais, não
se conteve.
- Por esta razão, - disse - Vossa Majestade devia ter
devolvido o ato que o declarou maior antes da idade legal...
E tomando
conta de si:
- Entretanto, ninguém até hoje deu mais lustre ao
governo...
O Imperador não lhe perdoou, jamais, esse ímpeto, vetando,
como se viu depois, o seu nome, que era o mais votado da lista
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