Paulinho Tapajós morre aos 68 aanos
RIO — O compositor Paulo Tapajós Gomes Filho, conhecido como Paulinho
Tapajós, morreu nesta sexta-feira, no Rio, aos 68 anos. Autor de
clássicos como "Andança", que conta com mais de 300 gravações, e "Sapato
velho", o músico lutava contra um câncer havia anos. O velório será
neste sábado no cemitério São João Batista, a partir das 9h.
— Estou profundamente triste com a perda do amigo, do parceiro de música, do meu colega de colégio, do meu compadre, padrinho da minha filha — disse Beth Carvalho, cuja gravação de "Andança" transformou a música em hit. — Acompanhei bastante toda a trajetória dele, da doença. Ele estava sofrendo muito, mas eu queria ele vivo. Talvez seja egoísmo da minha parte, mas a gente sempre quer mais um pouco, né?
Muito emocionada, a ex-mulher do compositor, Heloísa Tapajós, preferiu não se manifestar, mas elegeu a sobrinha Carolina como porta-voz da família:
— Além de deixar um legado para a cultura, ele deixa um legado familiar. Foi um pai afetuoso, um filho admirável. Nosso maior desejo agora é que a obra que ele deixou seja reconhecida — disse a moça.
O cantor Fagner, que tem parcerias com Tapajós, disse que a relação extrapolou a profissional e tornou-se uma amizade até nos campos de futebol.
— Ele representa o melhor caráter. Não porque morreu, mas porque era conhecido no meio por isso. Foi meu parceiro em várias músicas, como a do filme do Zico ("Galinho de briga, tema de "Uma aventura com Zico", de 1998). Foi também meu parceiro de pelada. Fico muito triste, mas ele estava muito mal. Temos que levar isso em consideração.
O maestro Arthur Verocai, também parceiro do compositor em várias músicas, como "Clara" e "A menina e a fonte", chamou o amigo de guerreiro e ressaltou o seu legado para a música brasileira.
— Conheci-o no colégio. Dei aulas de violão para ele — disse ao GLOBO. — Ainda mantínhamos contato. Ele lutou contra a doença como um guerreiro, tinha a cabeça muito boa, estava sempre consciente. Foi surpreendente. Eu teria enlouquecido. Só no final que ele estava um pouco desanimado. Ele deixa um legado como letrista e poeta muito importante.
Paulinho recebeu as primeiras noções de música do pai, o compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós. Destacou-se em festivais no fim dos anos 1960, e foi em 1968 que compôs "Andança" (com Danilo Caymmi e Edmundo Souto), terceiro lugar no III Festival Internacional da Canção (FIC), no qual a canção foi defendida por Beth Carvalho e o grupo Golden Boys.
Junto com Nonato Buzar, assinou "Irmãos coragem", tema da novela da TV Globo, em 1970. No mesmo ano, ainda emplacou músicas nas trilhas de "Assim na terra como no céu" e "Verão vermelho". É autor também de "Sapato velho" (com Claudio Nucci e Mu Carvalho), sucesso interpretado, entre outros, pelo grupo Roupa Nova.
Tapajós participou do Música Nossa, projeto realizado no final da década de 1960 que promovia encontros entre compositores e cantores em espetáculos no Teatro Santa Rosa.
Ele era irmão da cantora Dorinha - com quem gravou o compacto "Paulinho e Dorinha", em 1972 - e do compositor Maurício Tapajós, ambos também já falecidos.
"Nesse momento, recebi com muito pesar a notícia de falecimento do meu primo e amigo Paulinho Tapajós" afirmou seu primo Tibério Gaspar via Facebook. "Começamos juntos a carreira musical. Paulinho era um poeta de infinita grandeza. Estou muito triste com essa notícia embora soubesse que era inevitável e o melhor pra ele. Paulinho lutou bravamente contra um câncer. Foram uns seis anos de sofrimento intenso. Meus pêsames, Heloísa (Tibério, ex-mulher do compositor). Querido amigo, descanse em paz e até algum dia".
Também via Facebook, o cantor, compositor e violonista Zé Renato fez sua homenagem ao amigo.
"Meu Querido Irmão Paulinho...você teve uma trajetória de vida extraordinária! Há poucos meses atrás tivemos uma conversa pelo telefone e naquele momento eu fiz muitas orações para sua recuperação. Mas, meu querido de tantas noitadas, descanse em Paz, que por aqui vamos continuar a embelezar a vida cantando suas lindas músicas".
Em 2008, Tapajós lançou seu último álbum, "Preparando a canção", resultado da parceria com artistas como Claudio Nucci e Marcello Lessa.
Paulinho Tapajós deixa dois filhos, Bruno e Marcelo.
— Estou profundamente triste com a perda do amigo, do parceiro de música, do meu colega de colégio, do meu compadre, padrinho da minha filha — disse Beth Carvalho, cuja gravação de "Andança" transformou a música em hit. — Acompanhei bastante toda a trajetória dele, da doença. Ele estava sofrendo muito, mas eu queria ele vivo. Talvez seja egoísmo da minha parte, mas a gente sempre quer mais um pouco, né?
Muito emocionada, a ex-mulher do compositor, Heloísa Tapajós, preferiu não se manifestar, mas elegeu a sobrinha Carolina como porta-voz da família:
— Além de deixar um legado para a cultura, ele deixa um legado familiar. Foi um pai afetuoso, um filho admirável. Nosso maior desejo agora é que a obra que ele deixou seja reconhecida — disse a moça.
O cantor Fagner, que tem parcerias com Tapajós, disse que a relação extrapolou a profissional e tornou-se uma amizade até nos campos de futebol.
— Ele representa o melhor caráter. Não porque morreu, mas porque era conhecido no meio por isso. Foi meu parceiro em várias músicas, como a do filme do Zico ("Galinho de briga, tema de "Uma aventura com Zico", de 1998). Foi também meu parceiro de pelada. Fico muito triste, mas ele estava muito mal. Temos que levar isso em consideração.
O maestro Arthur Verocai, também parceiro do compositor em várias músicas, como "Clara" e "A menina e a fonte", chamou o amigo de guerreiro e ressaltou o seu legado para a música brasileira.
— Conheci-o no colégio. Dei aulas de violão para ele — disse ao GLOBO. — Ainda mantínhamos contato. Ele lutou contra a doença como um guerreiro, tinha a cabeça muito boa, estava sempre consciente. Foi surpreendente. Eu teria enlouquecido. Só no final que ele estava um pouco desanimado. Ele deixa um legado como letrista e poeta muito importante.
Paulinho recebeu as primeiras noções de música do pai, o compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós. Destacou-se em festivais no fim dos anos 1960, e foi em 1968 que compôs "Andança" (com Danilo Caymmi e Edmundo Souto), terceiro lugar no III Festival Internacional da Canção (FIC), no qual a canção foi defendida por Beth Carvalho e o grupo Golden Boys.
Junto com Nonato Buzar, assinou "Irmãos coragem", tema da novela da TV Globo, em 1970. No mesmo ano, ainda emplacou músicas nas trilhas de "Assim na terra como no céu" e "Verão vermelho". É autor também de "Sapato velho" (com Claudio Nucci e Mu Carvalho), sucesso interpretado, entre outros, pelo grupo Roupa Nova.
Tapajós participou do Música Nossa, projeto realizado no final da década de 1960 que promovia encontros entre compositores e cantores em espetáculos no Teatro Santa Rosa.
Ele era irmão da cantora Dorinha - com quem gravou o compacto "Paulinho e Dorinha", em 1972 - e do compositor Maurício Tapajós, ambos também já falecidos.
"Nesse momento, recebi com muito pesar a notícia de falecimento do meu primo e amigo Paulinho Tapajós" afirmou seu primo Tibério Gaspar via Facebook. "Começamos juntos a carreira musical. Paulinho era um poeta de infinita grandeza. Estou muito triste com essa notícia embora soubesse que era inevitável e o melhor pra ele. Paulinho lutou bravamente contra um câncer. Foram uns seis anos de sofrimento intenso. Meus pêsames, Heloísa (Tibério, ex-mulher do compositor). Querido amigo, descanse em paz e até algum dia".
Também via Facebook, o cantor, compositor e violonista Zé Renato fez sua homenagem ao amigo.
"Meu Querido Irmão Paulinho...você teve uma trajetória de vida extraordinária! Há poucos meses atrás tivemos uma conversa pelo telefone e naquele momento eu fiz muitas orações para sua recuperação. Mas, meu querido de tantas noitadas, descanse em Paz, que por aqui vamos continuar a embelezar a vida cantando suas lindas músicas".
Em 2008, Tapajós lançou seu último álbum, "Preparando a canção", resultado da parceria com artistas como Claudio Nucci e Marcello Lessa.
Paulinho Tapajós deixa dois filhos, Bruno e Marcelo.
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