sexta-feira, 13 de abril de 2012

Crescimento chinês decepciona e faz bolsas globais caírem

Crescimento chinês decepciona e faz bolsas globais caírem

Avanço de 8,1% do PIB chinês é menor do que o esperado; Ibovespa perde 1,6% e o principal índice europeu têm baixa de 2,58%

Olívia Alonso e Danielle Brant, iG São Paulo
Depois da alta de quase 3% ontem, a Bovespa opera em queda nesta sexta-feira, mesmo sentido dos principais mercados globais. As baixas já eram esperadas desde ontem à noite, quando a China divulgou que sua economia cresceu abaixo do esperado (8,1%) no primeiro trimestre deste ano, na comparação como o mesmo período do ano anterior. Às 14h32, o Ibovespa caía 1,61%, cotado em 62.040 pontos.
Leia mais: PIB chinês cresce 8,1% no primeiro trimestre
Na Europa, o índice Euro Stoxx 50  terminou a sexta-feira com queda de 2,58%. A bolsa de Londres perdeu 1,03%, a de Frankfurt caiu 2,36% e a de Paris teve baixa de 2,47%.
A bolsa de Madri teve a maior quedas, de 3,58%, puxada pelos bancos. O banco central da Espanha disse hoje que as instituições bancárias tomaram 28% mais empréstimos em março, com relação a fevereiro. “O dado mostra a dependência a dependência dos bancos espanhóis do financiamento do BCE (Banco Central Europeu) nos últimos meses,” diz o Banco Fator em relatório.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones perdia 0,52% e o S&P 500 tinha queda de 0,76% perto das 14h30, enquanto a Nasdaq caía 1,09%.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 8,1% no primeiro trimestre na comparação como o mesmo período do ano anterior, expandindo-se em seu ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009.

O crescimento do PIB desacelerou a partir do aumento de 8,9% registrado no quarto trimestre de 2011 e ficou abaixo da previsão média de 8,3% feita por 15 economistas consultados pela Dow Jones.
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Economistas disseram, antes do anúncio, que a desaceleração econômica da China continua, em meio à fraca demanda mundial e com a redução na venda de imóveis. "A economia nacional se estabilizou e manteve um crescimento estável e relativamente rápido", em palavras do porta-voz do NBS (Birô Nacional de Estatísticas), Sheng Laiyun.
A situação provavelmente irá desencadear uma ação política - como o corte no compulsório dos bancos, por exemplo.
O Governo da China prevê que sua economia, que cresceu 9,2% em 2011, reduzirá o ritmo e avançará 7,5% ao final de 2012, embora organismos como o Banco Mundial (BM) e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) esperem um crescimento maior, entre 8,2% e 8,5%.
A instituição de estatísticas chinesa também publicou nesta sexta-feira outros indicadores macroeconômicos, como o investimento em ativos fixos, que entre janeiro e março de 2012 ascendeu a 4,78 trilhões de iuanes (US$ 758 bilhões), um crescimento anualizado de 20,9%.
Dentro deste segmento, o NBS destacou a alta de 23,5% no setor imobiliário, onde Pequim continua temendo uma espiral inflacionária. Por outro lado, as vendas a varejo, principal indicador do consumo, alcançaram 4,93 trilhões de iuanes (US$ 782 bilhões), o que representou um avanço de 14,8% com relação ao primeiro trimestre de 2011.
Quanto à produção industrial, o valor agregado das empresas manufatureiras estudadas pelo NBS cresceu 11,6% na comparação anualizada.

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