L. RUAS
Estas aves vêm sempre, ao fim da tarde,
Descansar seus remígios agourentos
No pomar de onde colho doces frutos
Com que faço meus vinhos suculentos.
Elas vêm de bem longe. Me olham sempre
Com desdém. E nas asas trazem ventos
Que uma vez, já faz tempo, naufragaram
Minha nave que nautas desatentos
Dirigiam. E estas aves eu me espiam
Lá de cima das arvores crescidas
No pomar irrigado com águas verdes.
Bem conhecem meu fim. Vencido nauta
Pus-me, agora, a plantar frondosas copas
Que sugerem veleiros em meu canto.
l.ruas
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