Homofobia tende a ser maior entre pessoas que têm atração pelo mesmo sexo, diz estudo
Homofobia tende a ser maior entre pessoas que têm atração pelo mesmo sexo, diz estudo
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11 de abril de 2012
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Chicco Sal
Estudo defende que atração homossexual reprimida pode se manifestar pelo ódio
Publicado originalmente no UOL
Um estudo realizado
pelas universidades de Rochester, Essex e Califórnia, nos Estados
Unidos, revela que as pessoas homofóbicas sentem atração por pessoas do
mesmo sexo. O comportamento agressivo em relação aos homossexuais seria
uma forma de reprimir o desejo sentido que, por uma série de motivos, o
indivíduo considera errado (a criação recebida dos pais, por exemplo).
Publicada no mês de abril no “Journal of Personality and Social Psychology“,
a pesquisa foi composta por quatro experimentos distintos, cada um
envolvendo em média 160 estudantes universitários, entre alemães e
norte-americanos. Com o intuito de explorar a atração sexual explícita e
implícita dos participantes, os pesquisadores mediram as discrepâncias
entre o que as pessoas diziam sobre sua orientação sexual e como eles
reagiam durante uma tarefa.
Para o primeiro experimento, palavras e imagens eram mostradas aos
participantes na tela de um computador e, então, era pedido para que as
classificassem como “gay” ou “hétero”. Para a segunda parte, os
estudantes foram incentivados a buscar fotos de pessoas do mesmo sexo ou
do sexo oposto. Ambos os testes foram realizados para entender a
atração sexual implícita.
Nos dois testes finais, os pesquisadores buscaram saber qual o tipo
de criação familiar dos estudantes e suas opiniões políticas e crenças.
Para medir o nível de homofobia na própria casa, os participantes
responderam questões como: “Seria perturbador para minha mãe descobrir
que ela estava sozinha com uma lésbica” ou “Meu pai evita homens gays
sempre que possível”.
Segundo a pesquisa, os resultados fornecem novas evidências para
apoiar a teoria psicanalítica de que a ansiedade, medo e aversão por
pessoas homossexuais pode ser uma reação de quem se identifica com o
grupo, mas não aceita isso. Segundo o estudo, são pessoas que, com medo
do julgamento alheio, reprimem e negam seus instintos e desejos.
Testes anteriores
Em coluna que assina no jornal Folha de S. Paulo, o
psicanalista Contardo Calligaris conta como foi realizada uma pesquisa
com o o mesmo intuito (de compreender a homofobia) e com resultados
semelhantes:
A Universidade da Georgia selecionou 64 homens que se apresentavam
como sendo exclusivamente heterossexuais. Todos foram entrevistados e
classificados em um índice de homofobia, de 0 a 100. Com isso, foram
compostos dois grupos: os não homofóbicos (de 0 a 50) e os homofóbicos
(de 50 a 100).
Os participantes usaram um aparelho que mede qualquer sinal de
ereção. Exposto a vídeos pornográficos entre adultos heterossexuais e
homossexuais masculinos e femininos, o grupo classificado como
homofóbico teve tumescência e ereção significativas diante dos vídeos de
sexo entre homossexuais masculinos (leia a íntegra da coluna aqui – para assinantes).
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