O BIBLIOTECÁRIO
GENESINO BRAGA
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O Bibliotecário antigo, mesmo entre os mais eruditos, não dispunha de conhecimentos profissionais que lhe permitissem organizar e catalogar a sua Biblioteca, de modo a poder responder rápida e completamente às consultas que lhe eram dirigidas. A rigor, êle era um Bibliotecário de utilidade quase que para si próprio, evidenciando-se como uma peça, entre muitas da maquina social de seu tempo, máquina essa que não se movia, como hoje se dá com o desenvolvimento dos serviços ditos sociais, no sentido de servir à coletividade, em cujo seio a Biblioteca tem hoje função de relêvo. Êstes conceitos, emitidos em tais ou parecidas palavras, figuram na tese “O Perfeito Bibliotecário”, apresentada pelo professor de Biblioteconomia Xavier Placer, no Primeiro Congresso Brasileiro de Biblioteconomia,
realizado na cidade do Recife, em julho de 1954. Placer desenvolve o seu trabalho, estabelecendo um confronto entre o Bibliotecário antigo, o Bibliotecário moderno e o Bibliotecário perfeito, para, ao final, fixar as suas considerações sôbre o tipo ideal dêste último: “Deverá ser então um sábio? Não se exige tanto. Basta que seja uma inteligência ilustrada, bem informada, um erudito, importando apenas, neste particular, que tenha exata consciência do caráter extensivo de seus conhecimentos, em oposição aos que os possuem em profundidade. Para isto: para não se tomar um pedante. Evidentemente, é uma posição mental de humildade que se pede. Mas, esta humildade nada tem de humilhante. Primeiro, porque ela será consciente; segundo, porque a causa final a que serve é a mais nobre possível: o Saber. Não é isto mesmo que está sintetizado, com latina elegância, na frase escrita no livro aberto, que é o símbolo do Bibliotecário, chamando-o: “SERVUS SERVORUM SCIENTIAE?”
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