sexta-feira, 9 de maio de 2008

A MORTE DE ARTUR DA TÁVOLA

A MORTE DE ARTUR DA TÁVOLA


A morte de Artur da Távola nos pega de surpresa, pois ele era uma pessoa com uma vitalidade impressionante, com uma capacidade de trabalho gigantesca nos vários caminhos de seu fazer: a política, a literatura, a música, a crítica, os amigos. Ele era bem carioca. Ou melhor: carioca de Ipanema, onde morou quando jovem, onde cresceu vizinho e amigo da minha amiga escritora Clarisse de Oliveira, na rua Garcia Dávila. Falava como um bom homem de Ipanema, um clássico, sorridente, culto, simples. Todos nós éramos envolvidos por seu charme e simpatia, e por sua prosa, por seu texto elegante, machadiano. Houve época em que escrevia diariamente, tanto que eu sempre dizia que era uma equipe. Com ele vai desaparecendo um tipo de pessoa de uma época em que era possível viver em Ipanema ao lado de Tom, Mário Henrique Simonsen, Glauber, Rubem Braga... e os moradores da favela ao lado, todos reunidos no boteco da praça General Osório bebendo e cantando como bons amigos.

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