domingo, 25 de maio de 2014

Pessoas que vivem em altas altitudes tem mais força respirando menos oxigênio

 



Hoje em dia, existem algo em torno de 7,2 bilhões de pessoas vivas, sendo que delas, cerca de 140 milhões vivem em uma altitude de 2.500 metros ou superior. E essas pessoas poderia muito bem ser de uma outra espécie. Isso porque, para a maioria dos seres humanos, a exposição prolongada à alta altitude leva a uma série de sintomas desagradáveis​​, como náuseas, doenças do coração, delírios e, em alguns casos mais severos, morte. Porém, com o tempo, se você começar a evoluir, pode acabar se tornando mais forte.
A população tibetana é um exemplo disso. Há mais de 2.750 anos, quando se separaram da China continental, decidiram viver nas montanhas. Lá, o ar é mais fino e contém 40% menos oxigênio do que o ar que respiramos a nível do mar. Claro, isso não significa que o Tibete seja uma espaço vazio inabitável e totalmente mortal para os seres humanos. Principalmente porque, depois de milênios, o organismo da população do Tibete está adaptado a essas condições, o que lhes confere altos níveis de resistência. Essa capacidade, que é uma habilidade incrível, é resultado de uma mutação no gene EPAS1, que normalmente passa a produzir mais glóbulos vermelhos quando o corpo é privado de oxigênio. Só que em tibetanos, esse gene não funciona bem assim. Ele cria um menor número de células em ambientes de baixo de oxigênio.
Também há pessoas no Quênia, da tribo Kalenjin, com essa habilidade. Seus antepassados ​​pertenciam às tribos do Nilo e viveram ao nível do mar há milhares e milhares de anos. Apenas recentemente o povo Kalenjin se mudou para sua localização atual, no Grande Vale do Rift – a aproximadamente 7.000 metros acima do nível do mar. Isso significa que, ao contrário dos tibetanos, cuja superpotência genética impede uma superpopulacão de células vermelhas do sangue, o corpo de um Kalenjin pode funcionar como se estivesse em constante adaptação à altitude mais elevada, produzindo uma quantidade enorme de células vermelhas do sangue. Quando eles descem a uma altitude mais baixa, mais próxima do nível do mar, o oxigênio extra pode muito bem se manifestar em seu atributo mais famoso: fôlego para corrida. Não é à toa que os quenianos estão sempre no podium de competições como a São Silvestre!
Todo mundo fala sobre o sucesso insano de corredores quenianos em competições de longa distância, mas a verdade é que a maioria dos quenianos não têm melhor resistência do que o resto de nós. Os Kalenjin, que compõem algo em torno de um décimo da população do Quênia, são a razão para a reputação do país. Para você ter uma ideia, para cada 10 medalhas olímpicas que o Quênia ganhou em uma prova de corrida, sete estão nas mãos de uma pessoa da tribo Kalenjin. De todos os recordes mundiais de corredores quenianos, apenas um não foi realizado por um Kalenjin. Em toda a história registrada, enquanto apenas 17 americanos conseguiram correr uma maratona em menos de duas horas e 10 minutos, 32 Kalenjin já conquistaram esse feito.
  

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