quarta-feira, 2 de julho de 2008
O cântico do universo
Rogel Samuel
Os buracos negros cantam, dizem os astrônomos.
Eles são regiões do espaço com tanta densidade e força de atração gravitacional que sugam a luz ao redor, por isso só podem ser “vistos” com o que ocorre ao redor.
Acreditam os astrônomos que a maioria das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, contém esses buracos no seu centro. (Será que não seremos nós um dia sugados por seu centro? Não será isto o Inferno?).
Imagine a região central da galáxia Perseus:
- Há uma estranha sinfonia ali. Em tom menor. Um buraco negro pode estar ali, há bilhões de anos, entoando o seu misterioso canto em si bemol.
Sua freqüência é inaudível para os humanos, afirma Andrew Fabian, do Instituto de Astronomia de Cambridge, na Inglaterra.
Penso que o “buraco” funciona como uma imensa tuba, com a freqüência de cerca de 57 oitavas abaixo da nota dó, que fica no meio do teclado do piano.
Isto deve ter inspirado Beethoven, que naquele tempo já era surdo, no seu concerto no4 para piano. A música das esferas.
A música do Universo.
Só ele ouvia.
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