quinta-feira, 24 de julho de 2008

Verlaine



Rogel Samuel



Tenho tudo que posso de Guiomar Novaes. Os melhores discos são com
Kemplerer. Ela fez sucesso naquela época de ouro da música mundial.
Estavam todos vivos, os grandes: Rubinstein, Schnabel etc.
Minha amiga U.A. diz que minhas crônicas são "crônicas de saudade de
Manaus". Ela me mandou um poema sobre os seus 70 anos. Tomei um susto: não
podia acreditar. Sim, havia muitos discos de Guiomar Novaes na minha
infância. Assim como Bidu Sayão, cantando o terceiro poema de "La bonne
chanson", de Verlaine, que um dia traduzi livremente assim:

A lua branca
luzir no bosque
de cada ramo
parte uma voz
sob a folhagem...

Ó bem amada.

Lago reflete
profundo espelho
a silhueta
do colmo negro
o vento chora...

delírio, é a hora.

vasta e macia
tranqüilidade
sente descer
do firmamento
o astro irisa...

estranha é a hora.

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