“Fixaremos a galeria de mais de 800 personagens shakespearianos para o prazer do público”, acredita Brazil, que já conseguiu alinhavar os primeiros diretores para o projeto. E também atores: Leonardo Brício será o protagonista de Ricardo III. O desafio, que conta também com supervisão de produção de Erike Busoni, já recebeu apoios importantes, como o da crítica, tradutora e pesquisadora Bárbara Heliodora.
“A proposta é, no mínimo, um desafio dos maiores que se possa enfrentar no teatro”, afirma ela. “Por outro lado, existe a vantagem de garantir a seus realizadores que, ao menos por uma década, jamais ficarão entediados, pois a variedade de temas e gêneros abrangida pela obra dramática de Shakespeare é tão grande que só surpreende que ela tenha sido realizada por um só homem.”
A ideia surgiu quando Alexandre Brazil montou, no ano passado, justamente a última peça escrita por Shakespeare, A Tempestade. A produção começou no espaço administrado pelo Movimento Artístico para Transformação Integrado pela Liberdade, Direitos e Entretenimento, o Matilde, em São Caetano do Sul. Lá, enquanto um grupo de 80 pessoas participava da criação da peça, fermentava-se a ideia arrojada de se montar a obra completa do autor inglês. Formatado o projeto, o grupo começou a convidar outros artistas. “A expectativa é a participação de centenas de profissionais entre diretores, atores, criadores, produtores e técnicos”, acredita Busoni.
O proveito para o teatro nacional será incalculável, avalia Bárbara Heliodora. “Shakespeare passou a vida tendo um grande caso de amor com a humanidade, e disso nasceu a maior força de uma dramaturgia épica.”
Primeiras peças:
Ricardo III, por Marco Antônio Rodrigues, estreia em outubro de 2012
Romeu e Julieta, por Vladimir Capella, em 2013
Troilo & Créssida, por André Garolli, em 2013
As Alegres Comadres de Windsor, por Cacá Rosset, chega em 2014
Timon de Atenas, por Aderbal Freire-Filho, em 2014
2 comentários:
Mestre querido, amado, iluminado e todos os "ido" e "ado": não é a quantidade, mas o projeto estético que define a grandeza de um autor.A sua marca. O tempo molda um autor e sua obra. Mas quando ele consegue transcender o seu tempo, ele produz algo que, verdadeiramente (amém), pode ser chamado de arte.
obrigado
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