Nos últimos sete anos, 64 milhões de brasileiros ascenderam de faixa de
renda. “Isto representa o tamanho da Itália”, comparou Marcos Westphalen
Etchegoyen, diretor-presidente da Cetelem BGN, empresa do grupo
financeiro BNP Paribas, ao apresentar hoje (22) a pesquisa O Observador
Brasil 2012, em parceria com o Instituto Ipsos Publics Affairs.
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O
levantamento é uma amostra da estratificação social obtida após l,5 mil
entrevistas. Foram ouvidos brasileiros com mais de 16 anos em 70
cidades, no período de 17 a 23 de dezembro do ano passado. Os dados
servem para subsidiar as decisões da empresa, em especial, quando
pretende explorar um novo nicho de mercado ou expandir negócios em
andamento.
Segundo a pesquisa, de 2005 até 2011, enquanto
diminuiu a parcela da população mais pobre (de 51% para 24%), cresceu o
universo dos mais ricos (de 15% para 22%) e, também, da classe média (de
34% para 54%), que passou a ser maioria no país. Há sete anos, havia
92,9 milhões de pessoas classificadas como baixa renda. Esse número caiu
praticamente à metade no ano passado (45,2 milhões).
Já a
parcela mais abastada da população subiu de 26,4 milhões para 42,4
milhões de brasileiros no período pesquisado. Mas o maior contingente
está mesmo na chamada classe C, que passou de 62,7 milhões para 103,05
milhões. Na classe C, o ganho familiar médio mensal cresceu de R$ l,3
mil para R$ l,45 mil entre 2010 e 2011. Na média de todas as classes
socioeconômicas, a renda média subiu de R$ 1,5 para R$ l,6 mil.
Esses
números, na opinião de Westphalen, mostram “uma consolidação da
elevação da faixa de renda”. Mas ele destacou que há um comportamento
mais cauteloso dos consumidores. Na média, todas as classes de renda
mantiveram estabilidade nos gastos, com exceção da classe C. Não foi
observada mudança em relação ao consumo em supermercados, de energia,
gás, água, transporte e remédios. Já os gastos com moradia,
principalmente com aluguel, aumentaram 14% em relação a 2011.
Os
gastos com prestação de imóveis aumentaram, em média, 23%. Também
pesaram mais no orçamento das famílias as despesas com serviços
domésticos (+29%). A pesquisa aponta ainda que a melhoria de renda
elevou o desejo das pessoas de comprar móveis e eletrodomésticos. Já nas
classes A e B foi detectada a intenção de comprar à vista de imóveis e
carros.
De acordo com as previsões do vice-presidente da Cetelem,
Miltonleise Filho, este ano, o consumo dos brasileiros vai se manter em
alta por causa da melhoria da renda. Mas ele alerta que essa disposição
de consumir vai ser menor, porque muita gente já comprometeu o
orçamento deste ano com financiamentos de longo prazo (para comprar
imóveis, carros e eletroeletrônicos, por exemplo).
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