Eliseu Visconti – A modernidade antecipada
Sessenta e três anos após a primeira exposição, o Museu Nacional de
Belas Artes (MNBA) abriga, a partir do dia 3 de abril, “Eliseu Visconti –
A modernidade antecipada”, com cerca 250 obras, entre pinturas,
desenhos, cerâmicas e documentos do artista. Das obras expostas, muitas
nunca foram vistas pelo público nem pelos especialistas em história da
arte brasileiros. Elas pertencem a 15 instituições e a 80 colecionadores
particulares.
A exposição tem como propósito consolidar o legado de Visconti,
mostrando como, em sua trajetória pioneira, foi um agente capital da
modernização da arte brasileira, sem romper com os artistas que o
antecederam.
A produção de Visconti - pouco conhecida ou discutida abertamente no
Brasil - é apresentada em toda sua extensão, desde o início de sua
carreira, em 1888, época em que ainda fazia parte da Academia Imperial
de Belas-Artes, até o seu falecimento, em 1944. Em seus quase 80 anos de
vida, acompanhou de perto a imensa transformação que conduziu o país de
Império a Estado Novo, do escravismo ao trabalhismo, da arte romântica à
arte moderna. Uma oportunidade e tanto para se desvendar um pouco mais
de Eliseu Visconti, um italiano da cidade de Salerno, onde nasceu em
1866 e que veio ainda menino para o Brasil.
A retrospectiva é dividida por períodos e temas, em consonância com
os trabalhos desenvolvidos pelo pintor e designer. Entre eles estão
paisagens, cenas de família, retratos, nus, temas históricos, painéis
decorativos e objetos de design, além de desenhos e aquarelas. Dentre as
pinturas, destacam-se na exposição 25 autorretratos, dentre os mais de
40 que Visconti criou em seus 60 anos de produção. Formalmente Visconti
manteve-se na produção figurativa, sendo considerado o mais expressivo
representante da pintura impressionista no Brasil.
O visitante terá ainda a possibilidade de acompanhar o processo
artístico de Visconti na composição das obras “Maternidade” (1906) e
“Recompensa de São Sebastião” (1897), por meio de estudos e variantes
pouco conhecidos, e ainda apreciar “Gioventù” (1898), considerada a
“Mona Lisa” brasileira, ganhadora da medalha de prata na Exposição
Universal de Paris em 1900
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