segunda-feira, 14 de março de 2011

DOS SONETOS AUTOBIOGRAFICOS DE L. RUAS





ESCULTURA DA DINASTIA MING






ROGEL SAMUEL


Este soneto de L. Ruas é uma alusão masculina, ao membro masculino, ao falo, que se esconde nos seus pelos.

Cavalo é símbolo masculino, com seus semas de criatividade, de criar, de recriar, de refazer o mundo, o velho mundo.

Cavalo fecundante do universo, mítico mistério da natureza, e do poder fecundante do universo.



O cavalo se esconde na espessura
Da selvagem floresta, murcha a crina.
Vendo-o assim, na floresta, mansamente,
A cabeça curvada, quem dirá

O mistério daquele dorso brônzeo?
Está prenhe de sol e não há noite
Em seus olhos de fera e nas narinas.
É dinâmica posta em doce paz,

Comprimindo, nas patas e nos flancos,
Na cabeça de pégaso ferido,
O poder fecundante do universo.

Vendo-o assim, mansamente, ninguém julga
Que é capaz, se quiser, de, num segundo,
Refazer, totalmente, o velho mundo.

O cavalo é força, juventude, liberdade, mas conhece caminhos e como Pégaso tem o dom de ser capaz de fazer brotar fontes.

O cavalo era atributo de Apolo na sua qualidade de condutor do sol.





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