domingo, 13 de março de 2011
O conto no Amazonas
Rogel Samuel
Muito me alegra o bom livro de Zemaria Pinto, “O conto no Amazonas”.
São poucos os bons estudos sobre a literatura amazonense. Poucos. Arthur Engrácio, Jorge Tufic, Mario Ypiranga Monteiro, Djalma Batista, Pe. Nonato Pinheiro e poucos outros. O melhor é “Ficções do ciclo da borracha” (Manaus, Edua, 2009), de Lucilene Gomes Lima. Nunca se escreveu uma história da literatura amazonense aprofundada.
Outra vez o melhor é o segundo capítulo do livro da professora Lucilene Gomes Lima: “A abordagem do ciclo da borracha na ficção amazonense”, embora só trate da ficção temática. Mas são 40 páginas em que ela desenvolve uma profunda análise da ficção amazonense desde “O paroara” de 1899, de Rodolfo Teófilo até os nossos dias.
A maioria dos críticos e historiadores da literatura amazonense se deixa seduzir apenas pelo Clube da Madrugada. E esquece o resto. E esquece por exemplo que no resto está Raul de Azevedo, um mestre que, ainda não sendo amazonense, viveu em Manaus e ali produziu muito de sua arte. Esquece também (pasmem!) Paulo Jacob, nunca bem estudado, talvez o nosso maior romancista. Nada diz sobre o cronista Afonso de Carvalho, o nosso cronista máximo, no mesmo nível de Rubem Braga. Álvaro Maia, grande poeta, é outro injustiçado, assim como Djalma Passos, Raymundo Moraes etc. Suma ignorância.
Por isso me alegra o livro do Mestre Zemaria Pinto, “O conto no Amazonas”.
Nada melhor para valorizar um autor do que o crítico. Foi o que fez magistralmente Zemaria Pinto com os autores com que compôs a sua antologia, como o já clássico Arthur Engrácio e o excelente Erasmo Linhares e os demais.
E a parte teórica do seu livro é clara, profunda e perfeita.
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