quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mascote da Copa do Mundo de 2014

Mascote da Copa do Mundo de 2014 pode ajudar na preservação do tatu-bola

ONG conta com a popularidade de Fuleco para espécie ganhar a simpatia dos brasileiros


SÃO PAULO - Brasileiro não pode ver uma bola que já sai chutando, o que não é nada estranho em se tratando do País do futebol. Mas tem uma bola que não deve ser chutada, mas preservada. Estamos falando do tatu-bola, que ganhou notoriedade este ano ao ser escolhido como mascote da Copa do Mundo de 2014.


Nome da mascote, Fuleco, reflete a paixão pelo futebol e a preocupação com o meio ambiente - Divulgação
Divulgação
Nome da mascote, Fuleco, reflete a paixão pelo futebol e a preocupação com o meio ambiente
Os "Fulecos da vida real", embora sejam animais só encontrados no Brasil, não são tão populares por aqui. Classificados como em "Perigo" na lista dos animais ameaçados, a espécie vive um momento complicado. De acordo com a Associação Caatinga, não há estimativa de quantos animais ainda estão na natureza, mas já se prevê que, se nada for feito, em 50 anos a espécie poderá ser extinta.
A degradação do hábitat é a maior ameaça. "O tatu-bola é um bom indicador para o nível de conservação. Ele é encontrado em áreas que foram pouco perturbadas, porque ele é um dos primeiros a desaparecer quando há desmatamento, movimentação humana", diz Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, grupo responsável pela campanha da espécie para mascote do Mundial.

Rodrigo conta que a intenção de lançar a candidatura surgiu exatamente da necessidade de divulgar mais o tatu-bola e a caatinga, um dos biomas mais degradados do Brasil. O fato do animal se enrolar como uma bola para se proteger foi vista como fator determinante para aliar a imagem dele ao da Copa.

Aproveitado a oportunidade dada pela publicidade de Fuleco - o nome é a junção de futebol e ecologia -, a Associação Caatinga criou um projeto que pretende ampliar as pesquisas sobre a espécie, a proteção do hábitat e promover a valorização junto a população. O projeto "Tatu-bola e a Copa do Mundo Fifa 2014 - Juntos marcando um gol pela sustentabilidade" tem a parceria da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e da Nature Conservancy e conta com o apoio dos Ministérios do Meio Ambiente e do Esporte. "A gente acredita que esta visibilidade pode salvar o tatu-bola da extinção", diz Rodrigo.
A espécie, um mamífero que tem cerca de 50 centímetros de comprimento, tem hábitos noturnos e se alimenta de cupins, formigas, frutas, cascas e raízes de plantas. O hábitat dele já compreendeu a região entre o sul do Piauí e o norte de Minas Gerais. Uma das espécies de tatu mais sensíveis às alterações do meio em que vive, a Associação Caatinga estima que nos últimos 10 anos, a espécie perdeu cerca de 30% da sua população.

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