quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vazante do rio Negro faz reaparecer gravuras rupestres

Em 2010, a exposição das gravuras foi possível graças à descida além do normal do rio Negro. Este ano, os desenhos apareceram novamente. A descoberta chamou atenção de arqueólogos que desenvolvem pesquisas na Amazônia

Desenhos tem entre 2 e 7 mil anos, segundo por arqueólogos, e ficaram expostos durante o período de vazante
Desenhos tem entre 2 e 7 mil anos, segundo por arqueólogos, e ficaram expostos durante o período de vazante (Valter Calheiros)
As gravuras rupestres da Ponta das lajes, em Manaus, voltaram a aparecer com a descida do rio Negro. Mas, diferente da vazante recorde de 2010, apenas alguns desses desenhos, estimados entre 2 mil e 7 mil anos por arqueólogos, ficaram expostos. O período de vazante do rio Negro, assim como o rio Amazonas, ocorre entre junho e outubro.
Há dois anos, o aparecimento dessas gravuras surpreendeu moradores do bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste, e membros do movimento SOS Encontro das Águas, mobilização que luta para que não seja construído um porto privado de cargas nas proximidades do Encontro das Águas, cujo projeto é de um empresa vinculada à Vale. A Ponta das Lajes está localizada exatamente em frente ao Encontro das Águas, próximo ao principal sítio arqueológico de Manaus.
Em 2010, a exposição das gravuras foi possível graças à descida além do normal do rio Negro. A descoberta chamou atenção de arqueólogos que desenvolvem pesquisas na Amazônia.
Nesta semana, o educador e fotógrafo amador Valter Calheiros foi ao local e registrou os desenhos rupestres. Ele enviou as imagens ao portal acritica.com. "Eu já sabia onde essas gravuras rupestres estão localizadas e fui nos locais certinhos. Os velhos problemas persistem, mas a beleza das lajes se renova a cada vazante", disse Calheiros, citando o lixo encontrado na área, todos despejados pelo homem.
"A seca parece ser normal, nada de extraordinário, mas as gravuras rupestres resistem e algumas novamente nos presenteiam com sua magia e beleza", afirmou Calheiros, que também fotografou um "mergulhão", pássaro comum na área e conhecido pela sua capacidade de pescador.

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