Cheia leva caldeira da Madeira-Mamoré
Uma caldeira do acervo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que se encontrava na margem do rio, na altura da praça, foi atingida pela água do rio Madeira no último sábado. Além da vazão do rio, que está bem acima das cotas registradas nos anos anteriores, a desestabilização do barranco contribuiu para que o maquinário tombasse no leito do rio. A chefe da Divisão Técnica da superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Mônica Oliveira, disse que oficializou o Ministério Público Estadual e Federal, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e a prefeitura para que seja providenciado um equipamento para içar a caldeira e colocá-la em terra firme. Ela explica que o Iphan não tem orçamento, nem pessoal e nem maquinário para fazer o trabalho. A erosão destruiu a parte de baixo de uma estrutura construída pela prefeitura para o tratamento das águas servidas do banheiro do complexo, que está fechado há mais de dois anos e nem chegou a ser reaberto. Árvores de grande porte plantadas no local perderam a base e foram levadas pela água.
O rio Madeira está sinalizando uma grande cheia neste ano e a Defesa Civil está em alerta para a ocorrência de uma grande enchente que já está atingindo os bairros mais baixos da cidade. Na praça da ferrovia, a expectativa é grande com a possibilidade do rio invadir o complexo. Funcionário da extinta Enaro, Cláudio Cassiano da Silva trabalha há 20 anos na praça e mora nas proximidades. Ele conta que na década de 1990 acompanhou uma grande enchente que chegou até os galpões da ferrovia. “Mas a nossa maior preocupação é com o desbarrancamento, que aumentou com a construção da hidrelétrica de Santo Antônio”, considera.
Obra de estabilização deve acontecer
A prefeitura de Porto Velho já anunciou uma obra de estabilização do barranco e pediu o apoio da Santo Antônio Energia. A empresa nega a influência do empreendimento. De acordo com Mônica Oliveira, chefe da Divisão Técnica da superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Ministério Público Estadual está fazendo um estudo para verificar se as operações da hidrelétrica estão influenciando na desestabilização do barranco.
No início do ano, cedeu uma parte do aterro da ferrovia, na altura do quilômetro 2,5, deixando o trilho suspenso. O aterro cedeu com a pressão da água de um igarapé porque o lixo fechou a saída da água para o Madeira. O aumento da cota também ajudou a reduzir o escoamento do igarapé e o buraco que era pequeno se transformou em uma grande cratera. A prefeitura fez um trabalho paliativo e a limpeza do igarapé, mas para fazer um serviço definitivo terá que esperar a vazante do rio.
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