Rogel Samuel
POBRE ELEGIA
Eu não te trago nem flores nem auroras,
Nem a mensagem de outro céu
Nem a terra meiga de novos caminhos ...
Eu não te trago o clarão de outras estrelas
Nem a luz de novos pensamentos,
Nem a coroa da suave esperança
Pela qual te sacrificaste...
Eu não te trago a recompensa
Do sofrimento que absorveu
Num crepúsculo de fogo, num por de sol sangrento,
Sem o ú1timo beijo dos que te amavam,
Sem o olhar dos que foram a tua propria vida
Sem os adeuses do coração que amaste ...
O que eu te trago nesta pobre elegia
É a noticia da ambição que não extinguiste,
Do ódio que não apagaste,
Da incompreensão que nao destruíste,
Da dolorosa inutilidade do teu sacrificio ...
POBRE ELEGIA
Eu não te trago nem flores nem auroras,
Nem a mensagem de outro céu
Nem a terra meiga de novos caminhos ...
Eu não te trago o clarão de outras estrelas
Nem a luz de novos pensamentos,
Nem a coroa da suave esperança
Pela qual te sacrificaste...
Eu não te trago a recompensa
Do sofrimento que absorveu
Num crepúsculo de fogo, num por de sol sangrento,
Sem o ú1timo beijo dos que te amavam,
Sem o olhar dos que foram a tua propria vida
Sem os adeuses do coração que amaste ...
O que eu te trago nesta pobre elegia
É a noticia da ambição que não extinguiste,
Do ódio que não apagaste,
Da incompreensão que nao destruíste,
Da dolorosa inutilidade do teu sacrificio ...
(DJALMA PASSOS)
De que trata o poema? De certo modo é um poema religioso, ou quase. Falará ele ao Cristo sacrificado? Ele nada diz, mas sugere. Como Passos era um político "de esquerda", ou melhor, do PTB da época de Jango, é possível que o poeta esteja falando de um líder sacrificado, talvez de Che Guevara. Mas não pode ser, o livro de Passos é de 52, e naquele ano Guevara ainda estava vivo e jovem.
Portanto o poema fala de algum outro revolucionário, ou santo, ou mártir.
A ambição não se extinguiu, nem o ódio, nem a incompreensão... falo "da dolorora inutilidade do teu sacrifício..."
Pobre, triste elegia!
De que trata o poema? De certo modo é um poema religioso, ou quase. Falará ele ao Cristo sacrificado? Ele nada diz, mas sugere. Como Passos era um político "de esquerda", ou melhor, do PTB da época de Jango, é possível que o poeta esteja falando de um líder sacrificado, talvez de Che Guevara. Mas não pode ser, o livro de Passos é de 52, e naquele ano Guevara ainda estava vivo e jovem.
Portanto o poema fala de algum outro revolucionário, ou santo, ou mártir.
A ambição não se extinguiu, nem o ódio, nem a incompreensão... falo "da dolorora inutilidade do teu sacrifício..."
Pobre, triste elegia!
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