RIO - Julio Cortázar morreu de Aids, de acordo com a
escritora e jornalista Cristina Peri Rossi, que foi amiga do consagrado
autor argentino até a sua morte, em 1984.
Em entrevista ao jornal "Clarín", Rossi disse que não foi "câncer,
nem leucemia" que matou Cortázar, conforme se especulava. Ela afirmou
ainda que o amigo infectou a sua mulher, Carol Dunlop, com a doença.
"Ela morreu primeiro, dois antes de Julio, porque embora fosse muito
mais jovem, ele tinha retirado um rim", declarou.A jornalista explica que a Aids ainda não tinha sido identificado quando Cortázar contraiu a doença. A infecção teria acontecido após uma transfusão de sangue a que o autor foi submetido, em agosto de 1981, quando morava no sul da França, por conta de uma hemorragia estomacal.
"Depois se soube, em meio a um grande escândalo, que (a transfusão de sangue) estava contaminada", afirmou ela, reforçando que o diagnóstico de câncer nunca foi feito. "A verdade é que a doença que matou Julio não foi diagnosticada, não tinha um nome específica. Falam apenas em perda das defesas imunológicas."
Cristina Peri Rossi contou que levou o autor de "O jogo da amarelinha" para ver um médico de sua confiança. Após analisar amostras de sangue e outros exames, descartou a existência de câncer.
Após várias consultas, os médicos encontraram apenas uma "infecção não determinada, provocada por um retrovírus, e que não havia tratamento."
Cortázar morreu em 12 de fevereiro de 1984, e é considerado um dos autores mais inovadores de seu tempo.
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