terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

TEMPESTADE

Tempestade

 
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Ébria de sono e sal
a gaivota despenha-se
do cume da vaga
e vem beijar a duna
outrora intacta
 
A tempestade que com frémito
assolou a orla nos derradeiros dias
transfigurou as marés
num corcel de indomáveis garranos
 
As suas poderosas patas
infligiram 
nos seus flancos
inenarráveis feridas
disseminando pela pele
os detritos da desumanidade
 
V. Solteiro

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