Passamos do Farol de Acaraú ainda dentro
daquele porão e paramos em Amarração para largar um cadáver, o preso e dois
passageiros cobertos de varíola. Mas não tocamos em Tutóia, aportando em São
Luís onde o Alfredo foi dentro d’água cercado por botes, catraias e se
transformou em gigantesca feira flutuante, lá subindo todos para bordo os
vendedores de camarão frito, doces e frutas. Pois não foi uma viagem
maravilhosa? E logo desataviado, despachado, o Alfredo prosseguiu
navegando pesado ao longo e em direção de Belém, e ao entardecer se moderava a
marcha para deixar subir o prático da Barra do Farol quando o Alfredo
franqueava o estuário do Rio Amazonas e, à malagueta, penetrava o grande rio de
bitáculas acesas que era noite e apesar de tudo coberta de estrelas.
Foi em Belém que me hospedei naquele hotel
que se chamava “Duas Nações” porque de um português e um espanhol. E como tinha
de esperar um mês pelo Barão do Juruá para o Amazonas, e meu dinheiro se
acabava, dormia ao relento, economizando para almoçar, que eu já devia a
passagem ao patrão, que adiantava.
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