quinta-feira, 17 de abril de 2014

O AMANTE DAS AMAZONAS

Passamos do Farol de Acaraú ainda dentro daquele porão e paramos em Amarração para largar um cadáver, o preso e dois passageiros cobertos de varíola. Mas não tocamos em Tutóia, aportando em São Luís onde o Alfredo foi dentro d’água cercado por botes, catraias e se transformou em gigantesca feira flutuante, lá subindo todos para bordo os vendedores de camarão frito, doces e frutas. Pois não foi uma viagem maravilhosa? E logo desataviado, despachado, o Alfredo prosseguiu navegando pesado ao longo e em direção de Belém, e ao entardecer se moderava a marcha para deixar subir o prático da Barra do Farol quando o Alfredo franqueava o estuário do Rio Amazonas e, à malagueta, penetrava o grande rio de bitáculas acesas que era noite e apesar de tudo coberta de estrelas.

Foi em Belém que me hospedei naquele hotel que se chamava “Duas Nações” porque de um português e um espanhol. E como tinha de esperar um mês pelo Barão do Juruá para o Amazonas, e meu dinheiro se acabava, dormia ao relento, economizando para almoçar, que eu já devia a passagem ao patrão, que adiantava.

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