Sua “viagem" deixa o
trilho virgem de um sem número de estragos.
As vozes enlouquecem (o que é
que vão pensar? diz o discurso do Outro), desciam em desconversas, explicações,
hipóteses e lendas: Mitos? O pai é um Mito. Fundamental. As vozes abrem,
repetidamente, o avesso da antífrase, secam infelizes, caem melancolicamente,
em depressão, querendo - ainda - conservar o rosto da figura (ousaram o Ousado?
o Supremo Sonho?).
Qualquer índice que por
ventura apareça é analisado, interpretado, o enfoque muda de mão, se prolonga,
intrinca o seu percurso, no aveludado das conversas sigilosas, silenciosas, da
imaginação secreta enredada no solo do tempo, no desconhecer da conjunção das
estações da vida, de onde vem o vento do esquecimento, que atrofia o invólucro
do presente nunca ofertado, e vem a chuva e o arrasta para o chão sem fundo dos
baixios e vazios.
Que aconteceu? Desconversam
vozes. E silenciam, desaparecem. Confusas e tristes. A tristeza das vozes do
discurso, exiladas da albergaria da tradição: O ar cheio de signos, de cantos,
de cantores, de lamentos, de fagulhas e respingos, de ninhos fugidos, não se
encontrando mais, no ar do abandono da inexplicação, o condicionado nas calhas
da velhice, na história, na humana, na amortecida Ida, pelo fluxo do
não-permanente, do vir-a-ser. Vozes perplexas do não-lugar. O código das vozes
da perplexidade:
«Nossa
mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram
de
nosso pai a razão em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o
entanto de poder também ser pagamento de promessa; ou que, nosso pai,
quem
sabe,
por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se
desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele.
As vozes
das
noticias se dando pelas certas pessoas — passadores, moradores das beiras,
até do
afastado da outra banda — descrevendo que nosso pai nunca se surgia a
tomar
terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava
no
rio, solto solitariamente.» (Idem).
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