quinta-feira, 22 de agosto de 2013

AS AMAZONAS



Pablo Cid (Moacyr Rosas, 1918-1998) As amazonas amerígenas

Lopez de Gomora, ainda que não fôsse um cientista, era um homem instruído e descrente de muitas coisas atribuidas às Amazonas, como se vê no seguinte período:
“Nem creio que nenhuma mulher queime e corte a mama direita para atirar com o arco, pois com ela o fazem à maravilha, nem creio que matem ou desterrem seus próprios filhos, nem que vivam sem marido, sendo luxuriosíssimas.”
Havelock Ellis, o egrégio sexólogo, em um dos seus eruditos livros, defende os ameríndios com invulgar brilho e cultura. Diz que, para ser estudado o selvagem, não deve êste ter tido contacto com o civilizado — o semeador de libertinagem. E considera-os mais moderados em suas relações que os civilizados. “A raça é menos lasciva que as raças negras e brancas”. E explica a razão, atribuindo-a em grande parte “às duras condições da vida, assim como a uma qualidade insensível do tecido nervoso”. Não poderemos negar o precioso senso científico que encerra sua teoria, porém não nos satisfaz ao pensarmos em aplicá-la às Icamiabas, cuja riqueza tinha proverbial fama. As da alta estirpe serviam-se em baixeIas de ouro! A construção de suas casas era de pedra. Suas roupas de finíssima lã! E, mais ainda, possuíam escravas; logo, essa gente tinha boa vida e do seu extensíssimo reino, com dezenas de tribos recebia a senhoriagem.
Enfim, mais coerente foi o imortal sábio Humboldt (Voyage aux Régions equinoxiales, Paris 1816, T 8.0) quando, após uma análise do tema, disse: “recebiam depois visitas de algumas tribos vizinhas e amigas, quiçá menos metodicamente do que confessa a tradição”.

Agora, concluindo o presente capítulo, vejamos as palavras do abalizado dr. Alexis Carrel em sua magistral obra O homem, êsse desconhecido: — “A mulher é na realidade, profundamente diversa do homem. Cada célula do seu corpo tem o sinal do seu sexo. O mesmo acontece com os seus sistemas orgânicos, e sobretudo com o sistema nervoso. As leis fisiológicas são tão inexoráveis como as do mundo sideral, e é impossível substituí-las pelos desejos humanos; temos de as aceitar tais quais são.


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