sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tela de Lygia Clark bate recorde e é vendida em leilão por R$ 5,3 milhões

Tela de Lygia Clark bate recorde e é vendida em leilão por R$ 5,3 milhões
 
SILAS MARTÍ
 
Numa disputa que demorou três minutos entre compradores que deram lances por telefone, a tela "Superfície Modulada nº 4", de Lygia Clark, se tornou a obra de arte mais cara de um artista brasileiro vendida em leilão, arrematada por R$ 5,3 milhões na Bolsa de Arte em São Paulo.
Segundo a Folha apurou, o comprador da obra é de Nova York.
O lance inicial da obra de 1958 da artista neoconcreta, no leilão da Bolsa de Arte em São Paulo, era de R$ 4,5 milhões. Mas, segundo a reportagem apurou, mesmo antes da disputa um colecionador já oferecia R$ 5 milhões pela peça.
Segundo a casa de leilões, a tela, que pertencia à coleção de Luiz Buarque de Hollanda, havia despertado interesse de três colecionadores estrangeiros.
O valor desbancou o recorde anterior também atingido por Lygia Clark, quando "Contra Relevo (Objeto N. 7)", de 1959, foi arrematado por US$ 2,2 milhões, ou R$ 4,5 milhões na cotação da época, em maio deste ano na casa de leilões Phillips, em Nova York.
Divulgação
Tela "Superfície Modulada nº4", obra de Lygia Clark que pode atingir recorde em leilão
Tela "Superfície Modulada nº4", obra de Lygia Clark que pode atingir recorde em leilão
Embora não tenha muito "apelo visual", nas palavras de Jones Bergamin, dono da Bolsa de Arte, "Superfície Modulada nº4" é uma obra seminal na trajetória de Clark, morta em 1988. Ela foi exposta na Bienal de Veneza em 1968 e está cotada para participar da megarretrospectiva da artista marcada para o ano que vem no MoMA, em Nova York.
Composta por placas distintas de madeira montadas sobre a tela, a série foi um marco na transição das obras de Clark e na história do neoconcretismo brasileiro, quando artistas abandonaram a superfície bidimensional das telas para criar obras que se expandiam no espaço.
No caso de Clark, a série antecedeu a criação de suas famosas esculturas em metal articulado, os "Bichos", criaturas geométricas que podiam ser manipuladas pelo público. Um deles foi vendido por € 1,8 milhão, ou R$ 4,7 milhões na época, na feira Art Basel, em Basileia, há dois anos.

Nenhum comentário: