SILAS MARTÍ
Numa disputa que demorou três minutos entre compradores que deram lances por
telefone, a tela "Superfície Modulada nº 4", de Lygia Clark, se tornou a obra de
arte mais cara de um artista brasileiro vendida em leilão, arrematada por R$ 5,3
milhões na Bolsa de Arte em São Paulo. Segundo a Folha apurou, o comprador da obra é de Nova York.
O lance inicial da obra de 1958 da artista neoconcreta, no leilão da Bolsa de Arte em São Paulo, era de R$ 4,5 milhões. Mas, segundo a reportagem apurou, mesmo antes da disputa um colecionador já oferecia R$ 5 milhões pela peça.
Segundo a casa de leilões, a tela, que pertencia à coleção de Luiz Buarque de Hollanda, havia despertado interesse de três colecionadores estrangeiros.
O valor desbancou o recorde anterior também atingido por Lygia Clark, quando "Contra Relevo (Objeto N. 7)", de 1959, foi arrematado por US$ 2,2 milhões, ou R$ 4,5 milhões na cotação da época, em maio deste ano na casa de leilões Phillips, em Nova York.
Divulgação | ||
Tela "Superfície Modulada nº4", obra de Lygia Clark que pode atingir recorde em leilão |
Composta por placas distintas de madeira montadas sobre a tela, a série foi um marco na transição das obras de Clark e na história do neoconcretismo brasileiro, quando artistas abandonaram a superfície bidimensional das telas para criar obras que se expandiam no espaço.
No caso de Clark, a série antecedeu a criação de suas famosas esculturas em metal articulado, os "Bichos", criaturas geométricas que podiam ser manipuladas pelo público. Um deles foi vendido por € 1,8 milhão, ou R$ 4,7 milhões na época, na feira Art Basel, em Basileia, há dois anos.
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