sábado, 24 de agosto de 2013

Pablo Cid (Moacyr Rosas, 1918-1998) As amazonas amerígenas


Pablo Cid (Moacyr Rosas, 1918-1998) As amazonas amerígenas


 LA CONDAMINE (Relation abrégée d’un vayage fait dans l’interieur de l’Amérique Méridionaie, Paris 1745), o defensor galhardo do sonho de Orellana, buscou em todos os lados abundante documentação, que é, até certa altura, incontraditável. Todavia, Gonçalves Dias, em seu trabalho, “Amazonas”, que, sem favor algum, é o melhor trabalho sôbre tal assunto escrito por brasileiro, contradiz muitos passos da obra do francês; aliás, muitas destas contradições têm sido usadas por escritores nacionais como de primeira mão.

Suponhamos, porém, que as Amazonas tenham existido, para considerar certas originalidades suas, que, não resta dúvida, são genuínas aberrações da natureza.

Exemplos: Oferecer combate aos homens por instinto, sabendo nós que “é sempre o macho — afirma Voltaire — que ataca a fêmea e com maior particularidade comenta Marafión. “Esta lei não varia dos animais inferiores ao homem: Desde a origem celular da vida — o espermatozóide procura o óvulo”.
Não é fácil também de compreender o motivo delas atrofiarem, ou cauterizarem, ou ainda mutilarem o seio direito, visto que êste em nada lhes obstava o uso das suas rudes armas.

Quanto aos filhos que, segundo uns, elas matavam, observa Gonçalves Dias: o infanticídio é um ato que repugna à natureza. E no caso de entregá-los aos pais, só o faziam no ano seguinte; tinham, então, três meses. E como se explica o resto, se êles não possuíam mulheres para cuidar dos recém-nascidos?



Nenhum comentário: