Emir Sader
A Otan foi a expressão militar da hegemonia norte-americana no marco da guerra fria. Foi construída para a “contenção da União Soviética” na perspectiva de que haveria um projeto de expansionismo soviético, que teve como resposta a teoria da contenção. A Otan reunia aos países europeus, sob o comando militar dos EUA.
Terminada a guerra fria, com a vitória do bloco ocidental, o que fazer com a Otan? Terminado seu objetivo inicial, deveria desaparecer. Mas as potências ocidentais passaram a descobrir ou inventar novos inimigos globais, sem os quais suas aventuras militares não se sustentariam.
Enquanto os EUA apontavam para o narcotráfico, depois diretamente para o “terrorismo islâmico”, Tony Blair se encarregou de teorizar a nova função da Otan: “ingerência humanitária” onde houvesse violação maciça dos direitos humanos, o que permitiria violar a soberania nacional de Estados, em nome desse objetivo superior. Intelectuais com trajetórias progressistas, como Norberto Bobbio, Jurgen Habermas, entre outros, passaram a usar a ideia de “guerras humanitárias”.
Foi assim na Bósnia, foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, e agora a justificativa volta à baila no caso da Síria. As forças imperiais assumem um ar “humanitário” para realizar suas operações militares e de conquista.
No caso da Líbia, a resolução que conseguiram arrancar do Conselho de Segurança da ONU – com a abstenção da Rússia, da China, do Brasil, da África do Sul e da Índia – foi a autorização para atuar a fim de “defender a população civil”. Com a declaração em mãos, as potênciais imperiais – os EUA e as europeias – se valeram da Otan para bombardear oito meses seguidos o regime de Kadafi, com todas as vítimas civis correspondentes, até derrubar o regime.
Desta vez a Rússia e a China prometem se valer dos seus direitos de veto e impedir que algo similar passe. Por isso os EUA busca argumentos e alianças que contornem a ONU.
A ideologia segue a mesma: “defesa da população síria”, daí a necessidade de provar que foi usado gás sarin, que poderia justificar uma intervenção estrangeira, uma nova “guerra humanitária”.
Milhões de afegãos, iraquianos e líbios já foram vítimas desse “humanismo imperialista”, que agora quer se estender aos sírios. O fato de que 70% dos socialistas franceses se pronunciem pelo ataque à Síria demonstra a efetividade dessa ideologia liberal-imperialista.
Terminada a guerra fria, com a vitória do bloco ocidental, o que fazer com a Otan? Terminado seu objetivo inicial, deveria desaparecer. Mas as potências ocidentais passaram a descobrir ou inventar novos inimigos globais, sem os quais suas aventuras militares não se sustentariam.
Enquanto os EUA apontavam para o narcotráfico, depois diretamente para o “terrorismo islâmico”, Tony Blair se encarregou de teorizar a nova função da Otan: “ingerência humanitária” onde houvesse violação maciça dos direitos humanos, o que permitiria violar a soberania nacional de Estados, em nome desse objetivo superior. Intelectuais com trajetórias progressistas, como Norberto Bobbio, Jurgen Habermas, entre outros, passaram a usar a ideia de “guerras humanitárias”.
Foi assim na Bósnia, foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, e agora a justificativa volta à baila no caso da Síria. As forças imperiais assumem um ar “humanitário” para realizar suas operações militares e de conquista.
No caso da Líbia, a resolução que conseguiram arrancar do Conselho de Segurança da ONU – com a abstenção da Rússia, da China, do Brasil, da África do Sul e da Índia – foi a autorização para atuar a fim de “defender a população civil”. Com a declaração em mãos, as potênciais imperiais – os EUA e as europeias – se valeram da Otan para bombardear oito meses seguidos o regime de Kadafi, com todas as vítimas civis correspondentes, até derrubar o regime.
Desta vez a Rússia e a China prometem se valer dos seus direitos de veto e impedir que algo similar passe. Por isso os EUA busca argumentos e alianças que contornem a ONU.
A ideologia segue a mesma: “defesa da população síria”, daí a necessidade de provar que foi usado gás sarin, que poderia justificar uma intervenção estrangeira, uma nova “guerra humanitária”.
Milhões de afegãos, iraquianos e líbios já foram vítimas desse “humanismo imperialista”, que agora quer se estender aos sírios. O fato de que 70% dos socialistas franceses se pronunciem pelo ataque à Síria demonstra a efetividade dessa ideologia liberal-imperialista.
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