segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

JEFFERSON BESSA - EU RIO O RIO



 EU RIO O RIO

JEFFERSON BESSA


quando se diz eu rio
se abre no rir do rio,
lento na curva se vai
as formas se encostam



na sua certa errância
o verbo assim existe
quando não se antepõe
ao eu somente pessoal



quando o rio se alarga
passa calmo sem voltar
se abre rio nos lábios
o eu rio vai com o rio



à beira do verbo o som
de água na boca se faz
se desfaz o que estranha
escorre em língua de rio



não tem jeito, quem diz
eu rio não se diz de si
diz no rio e nele os lábios
passam pelo rio rindo



3 comentários:

Jefferson Bessa disse...

A foto escolhida por você está em plena harmonia, Rogel!
Grande abraço,

Jefferson.

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

a foto da língua líquida de um rio

Jefferson Bessa disse...

Rogel, não resiste e inseri esta bela fotografia na postagem do poema!